Hiroshima Bossa Open Café

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Media – Yahoo! NEWS on 14 Oct., 2021

Realização do primeiro Hiroshima Bossa Open Café

Evento musical de conexão Hiroshima-Brasil
Palavras chave: Café, emigração, paz
Foto: Palco verde-amarelo com rio de fundo

Nada como a ponte, que foi o alvo do bombardeio atômico, para dar uma nova forma de paz, com um ambiente brasileiro. Hiroshima Bossa Open Café, um novo evento internacional pela paz realizado à orla do rio próximo ao Parque da Paz no distrito central de Hiroshima. O evento foi realizado por “River Do! Consortium”, um consórcio criado por um grupo de cidadãos que tem como objetivo difundir a música e a cultura para estreitar os laços entre Brasil e Hiroshima. O evento foi patrocinado pela Associação Nipo-brasileira de Hiroshima.
Desde o navio Kasato Maru, de Hiroshima, uma província de emigrantes, muitos partiram para o Brasil para se dedicarem ao cultivo de café. Na era Taisho (1912- 1926), havia uma cafeteria – Café Brasil, instalada no bairro de Nakashima Honmachi (atual Praça da Paz), maior centro comercial da cidade antes da guerra, onde logo se converteu num lugar de recreação.
Tanto antes como depois da guerra, as pessoas tomam café para passar um momento descontraído e se reúnem para bater um bom papo. Hoje, a música ambiental em muitas cafeterias no Japão é baseada em bossa nova, que convida aos ouvintes a se entregarem a essa melodia para se relaxarem profundamente.
É impossível falar de bossa nova sem destacar a canção – Garota de Ipanema, composta pela dupla Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, no entanto, Vinícius escreveu também um poema de protesto antibélico, posteriormente musicado, chamado – Rosas de Hiroshima, conhecido por muitos brasileiros.
O evento busca transmitir as diversas conexões entre os dois países e abriu por apenas um dia a “Cafeteria ao Ar Livre”, criando uma nova paisagem em Hiroshima.
O lugar estava cheio de barracas que ofereciam churrasco, coxinha, moqueca, açaí e outras delícias da culinária brasileira. Grupos de música e cantores locais de Hiroshima desenvolveram um cenário brasileiro, com um destaque à bossa nova, sendo prestigiado por muita gente que compareceu ao evento. Houve, inclusive, uma apresentação de capoeira. A Associação Nipo-brasileira exibiu painéis sobre a história e a vida dos emigrantes que foram ao Brasil, muita gente parava para ler e ver as imagens.
“Foi a primeira vez que comi mandioca frita e gostei bastante”, disse Kana Ishikawa (45), que visitou o local, e acrescentou: “Nada como um festival onde as pessoas se reúnem e se divertem” – pois o evento foi realizado depois do cancelamento do estado de emergência, decretado como medida contra a Covid-19. Animada, disse: “Quero passar um momento agradável ouvindo música. Estarei aqui de novo”.
Yoshifumi Horie (46), diretor da organização responsável pela realização do evento e membro da diretoria da Associação Nipo-brasileira, foi nosso repórter por muito tempo. Desde que regressou ao Japão em 2016, por meio da cultura brasileira, busca novas formas de transmitir o valor da paz às gerações mais jovens de Hiroshima, cujo sentimento de paz mundial está se desvanecendo.
Disse: “Hiroshima é uma cidade fluvial, portanto, ao invés de protestar, gostaria de transmitir a paz de uma maneira empírica, onde as pessoas possam ouvir uma música agradável, envolvidas num cenário aconchegante na orla do rio”. O evento será realizado regularmente.
Maiores informações, visite o site oficial: http://hiroshimabossa.com.

Pensando no futuro desfrutando de um bom café
Foto: Yuya Fujii

Quero pensar no futuro através do café. Quem compareceu ao evento, saboreou o café RICO (palavra composta de Rice e Coffee, ou seja, arroz e café), um produto desenvolvido por Yuya Fujii (32), professional de torrefação de café. Inspirado no vínculo de cidade-irmã entre Higashihiroshima e Marília (SP), este é um café alternativo que combina a mesma quantidade de arroz de Higashihiroshima e de café do Brasil.
Buscando uma forma de solucionar a perda do equilíbrio entre a oferta e a demanda de café no mundo, Fujii desenvolveu uma nova maneira de tomar café, que nasceu ao ouvir a voz da Terra. Ele conheceu várias fazendas de café na América Central e deseja transmitir também a história da emigração ao Brasil através de RICO. Hum…o sabor do café misturado com arroz? Claro! Delicioso, como sugere o nome!

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